A poesia de Fernando Pessoa aborda temas como a dor de pensar e a obsessão pela análise, num permanente acto de sofrimento e busca da felicidade.
Fernando Pessoa é um homem que vive e pensa simultaneamente, e que, pensando no que vive, pensa que a vida só vale a pena ser vivida quando vivida sem pensamento, uma vez que o próprio pensamento corrompe a inconsciência, inerente à felicidade de viver. De facto, mais feliz é aquele que vive na ignorância, alheio à realidade da vida, do que aquele que baseia a sua existência na lucidez. Esta dor de pensar surge no poema “Ela Canta, Pobre Ceifeira”, mais concretamente nos versos “Ah, poder ser tu, sendo eu! / Ter a tua alegre inconsciência, / E a consciência disso!”. No que toca à obsessão pela análise, o seu sofrimento advém da sua constante auto-análise, não se permitindo sentir a felicidade, restando-lhe o sofrimento, uma vez que não abdica do saber doloroso.
Em suma, tanto a dor de pensar como a obsessão pela análise, são factores que invadem a mente do poeta e o impedem de viver plenamente a vida, ou seja, a extensão dos seus sentimentos é constantemente diminuída pela vastidão do seu pensamento e auto-análise.
Texto Expositivo-Argumentativo escrito por Raquel Oliveira
10 reacções:
Muito bom ! Ajudou-me imenso , Obrigado :)
Excelente :)
obrigado, muito bom
Bónitoo
Obrigado :D
Obrigado és um anjo :D
Muito bom, obrigada! Vou utilizar para estudar para o meu teste! :)
Fernando Pessoa é um indivíduo absolutamente cerebral, que submete a sensibilidade ao racional. Assim, o excesso de lucidez leva-o a padecer de uma dor de pensar.
Obcecado pela auto-análise, meditando sobre a sua angustiada existência, admite que o pensamento corrompe a felicidade de viver. Feliz é aquele que vive numa cândida inconsciência, sendo inexoravelmente infeliz aquele que pensa. Dilacerado pela dor da racionalidade, não consegue fruir instintivamente a vida: “Cansa sentir quando se pensa”. Esta dor surge igualmente no poema “Ela Canta, Pobre Ceifeira”, nomeadamente nos versos “Ah, poder ser tu, sendo eu! / Ter a tua alegre inconsciência, / E a consciência disso!”.
Em suma, a dor de pensar traduz grande insatisfação – e mesmo alguma dúvida – sobre a utilidade do pensamento.
muito bom mesmo
obrigado;)
Plágio quase perfeito de um texto de Jacinto Prado Coelho... Muitos parabéns
Enviar um comentário